Apple Remove Criptografia no Reino Unido: O Impacto e as Implicações para Outros Países

fevereiro 24, 2025 | by KnowTree

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A Apple anunciou que não oferecerá mais a Proteção Avançada de Dados (ADP) para usuários do Reino Unido. A decisão veio após pressões do governo britânico, que exige acesso a dados armazenados no iCloud por meio de legislações de segurança. A mudança levanta questões sobre privacidade, segurança digital e os desafios que governos e empresas enfrentam para equilibrar proteção de dados e investigações criminais. Mas e no Brasil? Como o país pode se preparar para possíveis cenários semelhantes?

O Caso do Reino Unido

A decisão da Apple foi uma resposta à legislação britânica, especificamente o Investigatory Powers Act, que exige que empresas de tecnologia forneçam acesso a dados criptografados quando solicitado por autoridades. Com isso, os seguintes impactos foram gerados:

  • Backups do iCloud, fotos, notas e gravações armazenadas na nuvem poderão ser acessados por autoridades mediante solicitação legal;
  • A decisão afeta dados do iCloud Keychain, informações de saúde e comunicações via iMessage e FaceTime;
  • Usuários novos no Reino Unido não poderão ativar a Proteção Avançada de Dados, e os atuais precisarão desativá-la futuramente.

A Apple argumenta que criar backdoors para acesso governamental poderia comprometer a segurança dos dados de todos os usuários, pois tais mecanismos poderiam ser explorados indevidamente.

A Apple argumenta que criar backdoors para acesso governamental poderia comprometer a segurança dos dados de todos os usuários, pois tais mecanismos poderiam ser explorados indevidamente.

O Brasil e a Proteção de Dados

No Brasil, há um arcabouço legal que protege a privacidade dos usuários e estabelece diretrizes para o acesso a informações digitais. Algumas das principais regulamentações incluem:

  • Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014): Estabelece princípios de liberdade, privacidade e proteção de dados na internet.
  • Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei 13.709/2018): Regula o tratamento de dados pessoais e impõe regras para empresas e instituições que lidam com informações dos usuários.
  • Código Penal e Leis sobre Crimes Cibernéticos: Define penalidades para invasão de dispositivos e obtenção indevida de dados.

No entanto, o Brasil já presenciou embates entre empresas de tecnologia e autoridades judiciais. Um exemplo notável ocorreu quando o WhatsApp foi bloqueado temporariamente após se recusar a fornecer mensagens de usuários investigados.

Como o Brasil Pode se Preparar?

Diante desse cenário, algumas medidas podem ser tomadas tanto pela população quanto pelas autoridades:

Para Usuários

  1. Atenção às configurações de privacidade: Utilizar autenticação de dois fatores e revisar permissões de compartilhamento de dados.
  2. Alternativas de armazenamento: Além do iCloud, considerar opções de backup local ou serviços com criptografia reforçada.
  3. Acompanhamento de mudanças legislativas: Ficar atento a possíveis alterações nas leis que possam afetar a privacidade digital.

Para Autoridades e Legisladores

  1. Revisar políticas de segurança digital: Garantir que a proteção de dados seja mantida sem comprometer investigações legítimas.
  2. Diálogo com empresas de tecnologia: Buscar soluções que equilibrem segurança pública e privacidade dos usuários.
  3. Fortalecer a aplicação da LGPD: Garantir que medidas de acesso a informações sigam protocolos transparentes e proporcionais.

Conclusão

O caso do Reino Unido demonstra como governos e empresas enfrentam desafios ao lidar com segurança e privacidade digital. O Brasil, apesar de possuir regulamentações que protegem os dados dos cidadãos, precisa estar preparado para discussões futuras sobre acesso governamental a informações criptografadas.

A chave para essa questão está no equilíbrio entre segurança pública e direitos individuais, garantindo que qualquer decisão seja tomada com transparência e dentro dos limites legais. Como esse debate continuará evoluindo globalmente, é essencial que usuários e legisladores estejam atentos às possíveis implicações para o país.

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